Pânico ou oportunidade ?
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Desde 13/01/2011, quando o Ibovespa (principal índice de ações do mercado brasileiro) atingiu a sua máxima do ano aos 71.923 pontos, temos observado uma baixa constante e regular do mercado acionário até 2016. Muitos investidores nesse período tiraram dinheiro da bolsa para evitar maiores perdas.
Porém, hoje, com o índice beirando os 120.000, muita gente percebeu que esse longo período de baixa foi uma grande oportunidade de comprar barato.
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Fonte do vídeo: Aloq
Mas o que fazer?
A aplicação acionária exige três componentes para o sucesso:
- Tempo
- Aportes
- Juros
Sem um desses três elementos dificilmente o investidor se destacará dos retornos regulares de índices de referência (como o próprio Ibovespa).
Todo investidor que acompanha fóruns e sites gratuitos já ouviu falar que para ter sucesso é preciso saber comprar em baixa e vender em alta. Mas e como acertar estes preciosos pontos se não tiver condição de tempo e conhecimento técnico para o acompanhamento diário ou semanal de uma carteira acionária?
Muito responderão: via fundos de investimentos. Concordarei em partes já que a escolha de um fundo de investimento adequado não passa apenas pela avaliação de custos e rentabilidade histórica, mas sim por uma leitura minuciosa de
- Estatuto
- Histórico do gestor
- Riscos envolvidos
- Ferramentas para controle de riscos
- Entre outros pontos.
Talvez façamos um artigo (ou uns) apenas para falarmos sobre a complexa e mal entendida indústria de fundos de investimentos.
Neste artigo falaremos sobre uma técnica simples e consistente para se beneficiar da altas e baixas do mercado acionário, eliminando o fator emocional das decisões de compra e venda: o rebalanceamento.
O rebalanceamento consiste na revisão anual ou semestral (conforme o investidor preferir) de sua carteira de investimentos (com ênfase no peso dado entre as aplicações de renda fixa e de renda variável). Vale destacar que não entraremos neste artigo no mérito da seleção de ativos, apenas trataremos da gestão de carteira.
Vamos entender o passo-a-passo:
O investidor definirá qual será a sua proporção entre renda fixa e renda variável (o padrão para conceitos previdenciários de risco moderado é aos 30 anos possuir uma carteira com 70% em renda variável e 30% em renda fixa, trabalharemos com este exemplo)
- A cada ano o investidor migrará 1% da sua proporção para a renda fixa
- Dessa forma, aos 60 anos ele possua uma carteira com 60% em renda fixa e 40% em renda variável
- Aos 80 anos, o investidor terá apenas 20% do seu patrimônio exposto em renda variável, já com uma foco de gestão voltado a hereditariedade -20% é o mínimo de participação acionária aceitável para uma carteira de investimentos
- Por fim, a cada ano/semestre o investidor enquadrará sua carteira nas proporções definidas do ano
Vamos a um exemplo prático:
O investidor que possui uma acumulação patrimonial de 100 mil reais em títulos de capitalização. Iniciará seu balanceamento na proporção de 30 mil reais na renda fixa e 70 mil reais na renda variável.
- Vamos supor que no primeiro ano, a bolsa teve um ano altista e os seus 70 mil viraram 80 mil e os seus 30 mil da renda fixa, viraram 33 mil. Somando a carteira ao fim do ano chegamos ao total de 113 mil reais.
- No ano que se inicia, o investidor passará para a proporção de 69% na renda variável e 31% na renda fixa (que seria 78 mil na renda variável e 35 na renda fixa), fazendo com que ele precise vender um pouco de ações e comprar renda fixa para rebalancear.
- Continuando na escala tempo, no ano seguinte a bolsa foi de baixa, terminando o ano com seus 78 mil sendo 70 mil e sua renda fixa de 35 mil, acumulando 39 mil. Total de 109 mil e rebalanceamento para o próximo ano de 68% na renda variável e 32% na renda fixa (levando o investidor a proporção de 74 na renda variável e 35 mil na renda fixa), ou seja, o investidor precisará vender um pouco de renda fixa e comprar ações.
- Este simples movimento que deverá ser repetido ano após ano pelo investidor, fará com que ele sempre venda ações em anos de alta e compre ações em anos de baixa, chegando de forma simples e forçada ao utópico movimento de comprar na alta e vender na baixa.
- Nos anos de baixa da bolsa ele sempre comprará no final ações com bons preços pegando todo o movimento de recuperação posicionado.
- Nos anos de alta das ações, ele sempre estocará capital na renda fixa para comprar barato de novo nos anos de baixa e ficará menos posicionado nas correções.
É isso, simples assim.
Apenas com o rebalanceamento, você conseguirá sempre comprar ações em baixa e vender em alta turbinando sua rentabilidade ao longo dos anos.
Você deve estar se perguntando sobre os aportes…
Não esquecemos deles. Qualquer objetivo patrimonial deve ser “alimentado” mês a mês com injeções de capital. Se pro exemplo este nosso investidor aplicar mais mil reais ao mês, ele seguirá o mesmo padrão do rebalanceamento anual. Aprenda também a comparar antes de investir. Se por exemplo ele estiver no ano 40% renda fixa e 60% ações, a cada aporte mensal de mil reais ele colocará 600 em ações e 400 em renda fixa durante todo o ano.
Lembro que nenhuma aplicação de sucesso se constrói sem aplicações regulares e lembro também que é nos momentos de baixa das ações que moram as grandes oportunidades.
Concluo este artigo respondendo a uma das mais frequentes perguntas que escuto no meu dia a dia: é hora de comprar ações?
O investidor que faz o rebalanceamento sabe a resposta: sempre é hora de comprar ações. Se mais ou se menos vai depender da proporção do ano!
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