CDB ou Títulos Públicos: Qual o investimento mais seguro?

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Olá Investidores, Em nosso último artigo, falamos sobre a inflação e sobre como ela impacta os nossos investimentos. O nosso leitor Humberto, fez um questionamento que imagino fazer parte das dúvidas da grande maioria dos investidores que investem através do tradicional produto de captação bancária: o CBD.

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O CDB é a melhor aplicação?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de dívida contra o emissor emitido por bancos que podem ser indexados (ter sua rentabilidade atrelada a) ao DI, IPCA, IGP-M, TR e TBF (futuramente falaremos sobre os indexadores).

O CBD mais comum é o “ligado” ao DI (permite resgate a partir do dia seguinte a aplicação).

Vamos entender as características do CDB:

  • Quanto mais arriscado for o banco, mais ele pagará no CDB: quanto menos conhecido e menos capital o banco tiver, ou seja, quanto maior for o seu risco de default (de não pagar ao investidor), mais ele precisará pagar para ser atrativo ao investidor.
  • Quanto mais dinheiro o sistema financeiro precisar, mais os CDBs pagarão: em momentos de crise (quando os bancos estão com menos capital para gerar spread bancário – diferença entre o que recebe e o que paga) os bancos costumam pagar mais no CBD visando “engordar” o cofre já que o CDB é uma dívida barata em análise comparativa com as taxas de CDC (crédito direto). Nos momentos onde o sistema está líquido (com capital em caixa), os CDBs pagam menos. Essa é a regra.

OBS: Gosto muito das instituições bancárias brasileiras. Com todas as proteções do banco central, e taxas de empréstimos é quase impossível não ficar tentado a tornar-se sócio delas, portanto, deixo aqui caro, que ser sócio destas instituições (comprando ações na Bolsa de Valores) que ano a ano aumentam seus lucros (principalmente nos momentos de baixa) é de fato uma boa oportunidade. Já investir nos seus CBDs não é uma boa idéia pelo princípio da dominância.

Princípio da dominância: para um mesmo patamar de risco, vou buscar o maior retorno. Para um mesmo patamar de retorno, vou buscar o menor risco.

Se o risco principal é o de default e o indexador é o CDI, onde eu devo investir?

Em uma sistema financeiro estável como o do Brasil, o último local a quebrar em uma crise é o próprio Tesouro Nacional (que já acumula em suas reservas mais de 300BI).
A pergunta é: já que o Tesouro é o local mais seguro, quanto eu receberei se trocar os títulos de dívida do banco (CDB) pelos títulos de dívida do tesouro (Títulos Públicos)?

Dentre os diversos títulos públicos, existe um que é indexado a SELIC (base para o CDI), nossa taxa básica de juros (atualmente em 12,25% ao ano): A LFT (Letra Financeira do Tesouro).
A LFT é um título pós-fixado (igual ao CBD), ou seja, o que a SELIC “performar”, a LFT “performará”. Entendemos dessa forma, que nas LFTs teremos 100% da SELIC (base para o CDI).

Pelo princípio da dominância chegamos a seguinte conclusão:

  1. Nenhum CDB que pague menos do que 100% do CDI vale a pena, pois acharemos essa taxa na LFT.
  2. Qualquer CDB que pague mais que 100%, deve ter seu risco avaliado e comparado ao risco do Tesouro Nacional.

Além da LFT, o tesouro possui outros 5 títulos líquidos que possuem objetivos específicos de prazo e de indexação (falaremos sobre eles em um outro artigo).

Tributação: tanto no CDB, quanto nos Títulos Públicos, o investidor será tributado sobre o seu lucro líquido da seguinte forma:

  • permanência entre 0 a 6 meses: tributação de 22,5%
  • permanência entre 6 meses a 1 ano: tributação de 20%
  • permanência entre 1 ano a 2 anos: tributação de 17,5%
  • permanência acima de 2 anos: tributação de 15%

Falaremos sobre como traçar comparativos de rentabilidade apurando a tributação em um próximo artigo.

Espero com esse artigo ter desmitificado a relação de atratividade entre CDBs e Títulos Públicos. Nos próximos artigos, compararei também os CDBs aos títulos “apoiadores” do SFH (Sistema Financeiro de Habitação): Poupança, LH, LCI e CRI para que possamos juntos, formar um senso crítico sobre as diversas opções de renda fixa disponíveis ao investidor brasileiro.
Você pode comprar Títulos Públicos direto no Tesouro Nacional ou através de uma assessoria financeira (empresa especializada em distribuir produtos de investimentos). Recomendo sempre investir através de uma assessoria financeira que lhe dê suporte nas decisões e acompanhamento de carteira.

Para os que tiverem interesse em organizar melhor a sua estrutura de investimentos e finanças, nesta terça-feira, 17, faremos no Auditório da Livraria Saraiva, no Salvador Shopping, às 19h30, um Mini Curso sobre “Como organizar as suas finanças pessoais”. As inscrições podem ser feitas no 71-3021 5800. Entrada livre.

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